Tião Santos

Rio de Janeiro/RJ


Tião Santos

Sua luta pelos direitos dos catadores de material reciclável começou em 2004 quando fundou, com colegas a ACAMJG ( Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho) com a meta de tornar os catadores em empreendedores, e o lixo em dinheiro. Hoje, Tião preside a associação bem como a rede de cooperativas Agrega Rio.

Filho de Carlos, um estivador do Cais do Porto e de Geruza, que por vinte e cinco anos trabalhou em Jardim Gramacho, o  maior aterro sanitário da América Latina, Sebastião Santos conhece muito bem a realidade de quem sobrevive do que e retirado do lixo.

Sétimo filho, de um total de oito, Tião também trabalhou em Gramacho e viu, na liderança da mãe, um estímulo na busca de um caminho capaz de mudar a vida de milhares de catadores de material reciclável. 

Um dia, trabalhando em  Gramacho encontrou no lixo o livro "O príncipe", de Maquiavel, que abriu as portas para o pensamento humano e político e que o fez buscar novas leituras como Nietzsche e a se interessar por sociologia.

Sua luta pelos direitos dos catadores de material reciclável começou em 2004 quando fundou, com colegas a ACAMJG ( Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho) com a meta de  tornar os catadores em empreendedores, e o lixo em dinheiro. Hoje, Tião preside a associação bem como a rede de cooperativas Agrega Rio.

Mas a sua vida mudou mesmo quando o artista plástico Vick Muniz procurou os catadores de Gramacho com o intuito de montar uma série de quadros a partir de objetos coletados no aterro, usando os catadores como assistentes e filmando todo o processo artístico.

O ano era 2007 e, apesar da desconfiança no começo, o trabalho resultou num  documentário aclamado pela crítica e pelo publico, ganhando importantes prêmios no Festival de Berlim, no Festival de Sundance, além da indicação de melhor documentário no Oscar de 2011.

A visibilidade de Lixo Extraordinário revelou, para milhões de pessoas, a situação dos catadores de Jardim Gramacho e os problemas que o fechamento do lixão irá provocar para milhares de pessoas que tiram o seu sustento do lixo.

Tião, em função da divulgação do documentário, viajou para a Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Coreia, Inglaterra, etc  e pôde conhecer a realidade de outros países, a vida dos catadores, o processo de reciclagem nas cidades e as políticas públicas que envolvem o lixo.

A experiência foi marcante e aumentou, ainda mais, o desejo de  lutar por projetos de qualificação profissional, pela ampliação de galpões de reciclagem e pela valorização dos catadores de material de reciclado.

Ele coordena a logística nacional do movimento Limpa Brasil Lets do it! que pretende mudar a atitude da população em relação ao lixo limpando as principais cidades do país ( aquelas com mais de 1 milhão de habitantes ) e também participa de palestras e de capacitação de catadores, levando o seu discurso para todos os cantos, do interior do Brasil às Universidades de Yale e Harvard, empenhado em conseguir condições dignas de vida para pessoas que só conheceram até agora a exclusão social.” O lixo é um problema de todos.

Cada um é responsável pelo que consome, mas é preciso dialogar com a sociedade e pressionar o poder público a fazer sua parte. E é isso que estamos fazendo” diz Tião.

O aterro sanitário de Jardim Gramacho foi fechado em 3 de junho deste ano e Tião trabalha, nesse momento, na implementação do polo de reciclagem de resíduos sólidos do Jardim Gramacho.

Temas de Palestras:

- Sustentabilidade / Meio Ambiente
- Responsabilidade Social
- Empreendedorismo
- Liderança
- Cooperativismo

AT 08-09