Paulo Lalli é engenheiro aeronáutico pelo ITA, com vários cursos de aperfeiçoamento pela Harvard Business School.
Iniciou sua carreira na Alpargatas como Trainee Industrial e deixou a empresa 25 anos depois, na posição de Diretor Estatutário e Diretor da Unidade de Negócios de Sandálias Havaianas.
Foi durante a sua gestão no negócio Havaianas – de 1997 a 2005 - que se deu a grande transformação na história da Marca.
As Havaianas, lançadas pela Alpargatas no início da década de 60, atingem índices impressionantes. Por exemplo, a sandália, que é encontrado em armazéns nas regiões mais distantes do País, a preços populares, chega a ser vendida por US$ 100 no exterior.
"O produto tem de ser bom e barato. Mas a percepção de valor e de preço muda de consumidor para consumidor", afirmou Lalli. Hoje, existem 39 modelos da sandália e, conforme o diretor de marketing da empresa, o DNA da marca é sempre mantido. "Não podemos perder a identidade."
A Alpargatas nunca havia se esforçado para mudar a imagem das Havaianas.
Porém, a partir da década de 90, a empresa percebeu que nem os consumidores mais humildes queriam mais rotular a marca desta maneira, como um atestado de pobreza.
Foi então que, em 1994, começou uma forte estratégia de marketing para revolucionar, e com sucesso, o produto. Este novo plano incluiu três ondas: a da redefinição da estratégia em direção ao consumidor de classe média, a da consolidação do aprendizado com forte investimento no produto e na comunicação, e da globalização e da customização.
Na terceira onda, a Alpargatas lançou as Havaianas Top e usou a imagens de pessoas famosas para reforçar o conceito de que "chinelo de dedo" poder ser usado por qualquer um.
Entre as inovações da época, as sandálias ganharam quatro cores sólidas (antes eram apenas bicolor), houve mudança na embalagem para vendas em sapatarias, promoção de festas e anúncios em mídia impressa, o que até então era uma novidade.
"No final do ano, descobrimos que o valor investido foi igual ao do faturamento. Mais tarde, veríamos que valeria a pena", explicou. Hoje, a marca nem precisa se esforçar muito para garantir mídia. Não é difícil celebridades serem flagradas por jornais e revistas, às vezes até em situações inusitadas, com Havaianas nos pés.
Entre 1999 e 2003, a receita de vendas saltou de R$ 586,6 milhões para R$ 919,6 milhões. Entre 2002 e 2003, as exportações registraram aumento de 37% em dólares, alcançando 5% do faturamento total.
Neste mesmo período, o lucro líquido de um salto de 71,5%, atingindo R$ 82 milhões. As Havaianas representam 39% do faturamento do mercado.
Em sua carreira passou por posições nas áreas Industrial, Marketing, Vendas e Varejo de marcas locais e globais licenciadas como Nike, Timberland e Mizuno. Logo depois da Alpargatas, passou quatro anos com VP de Supply Chain na Natura.
Temas de Palestras:
- Criatividade e Inovação
- Marketing
- Planejamento e estratégia
- Varejo
- Vendas
- A Maior Mudança da Havaianas
- Empreendedorismo