Comemorando 20 anos de vendas na televisão brasileira em 2014, a empresária celebra o sucesso nos negócios, os mais de mil funcionários e enche a boca para falar do início de tudo ao lado do companheiro, Gerhard M Wolf. Meu marido anunciava de manhã, depois ia lá, pegava o que ficava registrado na secretária eletrônica, retornava as ligações, vendia os produtos e no dia seguinte saía fazendo as entregas. Enquanto isso eu era professora de alfabetização para ajudar nas contas, diz ela, que faz questão de mencionar a pessoa que mais os ajudou. Para gente, existe Deus no céu e Ana Maria Braga na terra. O que essa mulher fez por nós não está escrito. Uma vez, o merchan, que era de dois minutos na época, durou sete.
Motivo de muitas brincadeiras e críticas por atrapalhar o andamento dos programas de televisão com suas propagandas, Aracy garante entender o incômodo, mas também reconhece o seu valor na hora de fechar a conta. Vejo no Facebook as pessoas falando mal, xingando, dizendo que os programas têm que ter menos merchan, mas só que sou eu e ele que sustentamos muitos programas e até algumas televisões.
Com anúncios na Globo, SBT, Band, Gazeta e RedeTV! e fugindo das perguntas que envolvem seu faturamento e do número de iogurteiras que já vendeu, Aracy, que tem sua segurança particular comandada por um coronel das Forças Armadas, relembrou os tempos de professora de alfabetização, de modelo em Presidente Venceslau, interior de São Paulo, onde se arriscava nas caras e bocas para ganhar um dinheiro extra, além de garantir que programas como Mulheres Ricas e jantares de capas de revista estão longe dos seus planos. Esse estereótipo da perua da sociedade não é para mim.
Confira o bate-papo e o balanço de vida feito por Aracy, que entre uma resposta e outra, não deixou de fazer sua propaganda. Sabe por que tudo isso? Porque é um produto bom, de qualidade.
Entrevista de Aracy para IG:
iG: Como surgiu a Top Therm?
Aracy: Meu marido criou a iogurteira, colocou embaixo do braço e levou para a Ana Maria Braga, que também estava começando na Record. Ela adorou e decidiu nos ajudar. E assim a empresa surgiu pequenininha. Meu marido anunciava de manhã, depois ia lá, pegava o que ficava registrado na secretária eletrônica, retornava as ligações, vendia os produtos e no dia seguinte saía fazendo as entregas. Foi um começo de muito trabalho.
iG: Mas vocês vieram de família com dinheiro?
Aracy: Tínhamos uma vida apertadíssima. Eram quatro filhas, não tínhamos dinheiro para nada, só mesmo para os gastos da casa. Nossa vida mudou da água para o vinho quando ele criou a iogurteira.
Já disse que se um dia meu marido não me pagar uma fantasia linda para eu desfilar no carnaval e eu morrer antes dele, volto para puxar o pé dele. É meu sonho pisar naquela avenida
iG: E onde e como você entrou nessa história?
Aracy: O Wolf fez a propaganda por um mês, mas não gostou. Minha filha Ana Cristina fez por mais um tempo até parar para ter filhos. Foi aí que meu marido quis que eu experimentasse. Como sempre fui muito tímida, não queria, mas no final fui para mostrar para ele que não iria dar certo. Foi uma explosão. Modéstia à parte, vendi horrores. No começo eu não gostava, não. Queria que acabasse logo, ficava nervosa, era horrível.
iG: E o que você fazia antes? Tem alguma formação?
Aracy: Era professora de alfabetização. Mas comecei antes, aos 15 anos, como modelo. Vou te confessar que sempre gostei muito de dinheiro, mas muito mesmo. Para você ter uma ideia, antes de me formar me oferecia para substituir os professores em todas as escolas, dava aulas particulares, vendia roupas nos intervalos.
iG: As suas imitações na internet e nos programas de humor por conta da sua voz te incomodam?
Aracy: Imagina! É uma declaração de carinho comigo, além de ser uma promoção de graça (risos). O que não gosto é desrespeito. Ninguém é obrigado a gostar de mim e é só um minuto que a pessoa tem que me aguentar no ar, então se não quer me ouvir, muda rapidinho. Minha voz é uma voz diferente, uma voz de taquara rachada, mas minha marca registrada. Aprendi a gostar e usar bem ela.
iG: Você não acha que desagrada muita gente ficar parando um programa para fazer propaganda?
Aracy: Lógico que desagrada. As pessoas se incomodam demais. Vejo no Facebook, em vários lugares as pessoas falando mal, xingando, dizendo que os programas têm que ter menos merchan, mas só que sou eu e ele que sustentamos muitos programas e até televisões. Enquanto ainda estiver valendo à pena, não vamos parar, não.
iG: Qual a pior parte do trabalho?
Aracy: Vou te confessar que o pior é ter que entrar no meio de um assunto sério, ou uma tragédia, como são algumas reportagens que a Sônia Abraão mostra. Aliás, foi daí que surgiu aquela brincadeira do vamos falar de coisa boa?, justamente para quebrar aquele clima. É difícil para mim entrar sorrindo no meio de um caso de morte.
iG: Quantas pessoas trabalham para você?
Aracy: Já passamos dos mil funcionários, e posso te garantir que são mil que fazemos questão de incentivar e cuidar, o que normalmente não acontece nas empresas. Todos os meses de julho e dezembro os 70 melhores vendedores fazem um cruzeiro pela costa brasileira e passam uma semana em um resort cinco estrelas. Tenho orgulho de dizer que ajudo muitas famílias, de chegar na porta da empresa e ver que meus vendedores estão conseguindo comprar seus carrinhos, cuidar da vida deles e crescer, assim como eu e meu marido crescemos.
iG: Cresceram quanto? Deu para vocês ficarem milionários?
Aracy: Não tenho ideia. Não gosto de me meter nisso. Minha parte é ir às emissoras fazer a propaganda e divulgar nossos produtos, mas posso te garantir que dá para viver muito bem.
Coloquei silicone, fiz as pálpebras, nariz e dei uma puxadinha de leve aqui na altura do maxilar. Já faz uns três anos que não coloco botox, que adoro.
iG: E você gasta seu dinheiro com o que?
Aracy: Ultimamente temos investido em imóveis e viagens. E passear para mim tem que ser com a família toda, com as quatro filhas, os genros e os sete netos. Meu marido quer me matar por ter que comprar 15 passagens sempre, mas faço questão de todo mundo comigo. Por mim, morava todo mundo aqui nesse apartamento ainda.
iG: Você é muito vaidosa?
Aracy: Sou mais ou menos. Fiz plástica há dez anos. Coloquei silicone, fiz as pálpebras e nariz. Dois anos depois, dei uma puxadinha de leve aqui na altura do maxilar. Hoje estou precisando ir a uma dermatologista. Já faz uns três anos que não coloco botox, que adoro. Fora isso meu negócio é creme, e para tudo, até para a testa. Minha mala de cosméticos é sempre maior que a de roupa. Eu já levanto com filtro solar, porque não consigo ficar sem sol.
iG: E para manter a forma? Algum segredinho?
Aracy: Caminho todos os dias seis quilômetros no parque. Agora academia, estou precisando voltar, mas estou usando a desculpa do carnaval para começar depois, e rezando para conseguir usar a Páscoa e o Natal para esperar mais um pouquinho (risos)
iG: Você é muito assediada nas ruas?
Aracy: Ultimamente eu estou meio assustada. No começo, até pouco tempo atrás, era uma coisa bem tranquila. Hoje, até em Miami e nas Bahamas as pessoas falam comigo. Na Itália, uma vez, estava conversando com meu marido na fila do embarque, e logo uma pessoa falou: Até aqui eu vou ouvir a sua voz, Aracy?. É uma delícia. Acho que esse aumento nos últimos tempos foi porque entramos na Globo e no SBT.
iG: Já pensou em ter um programa só seu?
Aracy: Imagina, de maneira alguma. Não tenho essa vaidade. Já recebi muito convites, mas gosto mesmo é de fazer merchan, e o meu. Várias empresas pedem para que eu anuncie os produtos deles, mas não, só faço o que é meu. E tem outra coisa, um programa exige muita dedicação.
iG: Um sonho que ainda não realizou?
Aracy: Meu marido vai me matar por falar isso, mas já disse que se um dia ele não me pagar uma fantasia linda para eu desfilar no carnaval e eu morrer antes dele, volto para puxar o pé dele. É meu sonho pisar naquela avenida.
iG: E planos para o futuro? Já pensa em parar?
Aracy: Wolf está com 72 anos, mas está com uma energia absurda, sempre inventando coisas novas. Desde que o conheço, ele está em período de implantação de alguma coisa. Ou seja, ele não vai me dar folga tão cedo (risos). Ele é meu maior fã.
iG: Em um mundo tão cativante e cheio de glamour, você já foi convidada, ou tem vontade de participar de um programa como o Mulheres Ricas, da Band?
Aracy: Deus me livre. Nada contra quem participa, mas não é para mim. Não vou ser hipócrita de dizer que não gosto de morar bem, ter motorista, apartamento em Miami e dinheiro. Gosto sim, mas não para mostrar, para me lembrar do que conquistei trabalhando. Recebo muitos convites para participar dos jantares chiques, mas esse estereótipo da perua da sociedade não é para mim.